tag:blogger.com,1999:blog-4351935420641967922023-11-15T09:19:57.958-08:00NACE - Pra Quem Estudar?PUBLIQUE SUA OPINIÃO! Mande seu texto para praquemestudar@gmail.com / E comente! Sua opinião é mais que bem vinda, é necessária!Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-58998963252157533982010-10-12T11:59:00.000-07:002010-10-12T12:02:33.138-07:00A Arte de Envelhecer - por Bianca Nogueira MattosA oficina “A arte de envelhecer” acontece toda semana, as quartas-feiras na Unati, Universidade Aberta a Terceira Idade da Unesp, Campus de Franca. Ela objetiva promoção de qualidade de vida, autonomia, liberdade, socialização de conhecimentos e participação política a partir da criação, conhecimento e interpretação de obras artísticas.<br /><br /> As reuniões acontecem com os alunos unatianos e a estagiária do Serviço Social, Bianca N. Mattos, com o auxílio da estagiária Cristiane Poltroniei, e buscam respeitar os princípios éticos da profissão (rompimento de práticas burocráticas, aproximação usuário-profissional, perspectiva tranformadora, defesa do acesso a direitos e informação, relações horizontais, incentivo a participação política) assim como alguns direitos constitucionais (liberdade de expressão, participação política, educação continuada, cultura, lazer, informação).<br />A estética faz parte do homem em sua essência, é um elemento fundante do ser humano genérico e a arte é uma de suas ferramentas, assim como as atividades lúdicas, que facilitam o aprendizado e possibilitam maior abertura dos integrantes de um grupo para participarem e construírem juntos um objetivo maior, de interesse comum, ou seja, trazer sentido a atividade educacional ou sócio-educativa, como sugere a educação crítica de Paulo Freire.<br /><br /> O trabalho artístico constitui-se também como mecanismo de expressão e acontecerá com os instrumentos da pintura, do cinema, do teatro/teatro de fantoches, da música, da fotografia e da literatura, debatendo temas como questão de gênero, liberdade, família, questão social, movimentos e lutas sociais, saúde, dentre outros.<br />Na primeira aula, com duração de uma hora e meia, foram apresentados a princípio os objetivos do curso e o plano de aulas, de forma aberta, esclarecendo a possibilidade de alterações de acordo com a realidade dos participantes. Seguidamente foram trabalhados conceitos de arte como método educativo, como direito universal e como constituinte humana. Foram apresentados os sentidos que podem apreender a arte e as diferentes formas de arte, assim como a proposta de educação horizontal e crítica e da liberdade de expressão como fundamental para a cidadania, para a amplitude do ser e para a efetivação da democracia.<br /><br /> Temas como ditadura, censura, repressão e relatos de experiências desses períodos no Brasil foram levantados a fim de questionar esses sistemas e a importância da liberdade e da arte como expressão de sentimentos, idéias, relevâncias sociais e manifestos.<br /><br /> Outro aspecto enfocado na aula foi o direito universal a informação, pois essa é constituinte no exercício da democracia e da cidadania. Consideramos também a arte como mediadora de informação.<br /><br /> Exibimos um curta-metragem intitulado “O Semeador Urbano” que discorre sobre fotografia e meio-ambiente.<br /><br /> O gênero artístico trabalhado na presente aula foi o visual, contemplando fotografia e artes plásticas. Os alunos produziram telas individuais abstratas e concretas, enquanto escutavam música clássica (Bethoven, Mozart, Chopin). Eles próprios analisaram a música clássica como promotora da imaginação, da sensibilidade e das emoções. Também declararam que a atividade os fazia pensar na sociedade e em como nos esquecemos de nós mesmos nas atuais condições de estresse, trabalho alienante e cansaço, onde a população se preocupa mais com aspectos individualistas e com o consumo e adquirem valores transmitidos pela mídia e pelo próprio cotidiano imposto, do que com suas próprias percepções, vontades e relações pessoais.<br /><br /> Pretendemos, em alguma próxima aula, realizar a pintura de um mural, de forma coletiva, para ilustrar a identidade do grupo e propiciar a atividade cooperativa e o rompimento com o individualismo exacerbado que vivenciamos atualmente.<br /><br /> Por fim, trabalhamos um pouco com a fotografia, que os alunos analisaram de grande importância, pois muitas vezes têm dificuldades de participarem de algumas situações cotidianas por não terem tido ainda aproximação com algumas tecnologias, hoje bastante usuais.<br /><br /> Foi interessante a discussão sobre a fotografia não apenas como retrato da realidade, mas também como manifestação artística, passível de relevância social, desde o momento da escolha do objeto a ser fotografado até a técnica e escolha da captura da imagem.<br /><br /> Os alunos e as estagiárias tiveram um diálogo bastante aberto, que excedeu as expectativas iniciais. Os unatianos apreciaram a amplitude de seus imaginários a partir da técnica de pintura, pois o ideário muitas vezes é abandonado na sociedade do capital onde o trabalho deixa de ser parte da gênese humana e sustentável e passa a ser alienado, explorado, imposto e fetichizado.<br /><br /> Na segunda aula da oficina “A Arte de Envelhecer”, foram elencadas obras nacionais e internacionais, para serem objetos de reflexão e interpretação de todos os participantes.<br /><br /> As obras foram contextualizadas historicamente, sendo considerados os períodos em que foram produzidas e qual a realidade social deles.<br /><br /> Foram analisadas as relevâncias sociais de cada pintura, incluindo suas manifestações sentimentais subjetivas e representação explícita de cultura cotidiana e entraves sociais.<br /><br /> Os artistas estudados na aula foram: Cândido Portinari, Pablo Picasso, Gustav Boulanger, Edvard Munch, Daumier e os muralistas do Muralismo Mexicano, Diego Rivera, José Clemente Orozco e Davi Alfaro Siqueiros.<br /><br /> A partir das imagens, evidenciamos, coletivamente, o caos da guerra, as mudanças climáticas, a desigualdade de classes, a desigualdade de gênero e etinia, a defesa do Estado laico, a defesa e democratização da cultura local e a repressão do Estado sobre a expressão política do povo.<br /><br /> O enfrentamento ao preconceito de diversas categorias (racial, sexista, homofóbico, classial) instaurados na sociedade atual, foi também debatido.<br /> Ainda assim, a principal discussão foi acerca da importância de reflexão e questionamento da própria realidade em que estamos inseridos e do que nos é apresentado por esta, e do reconhecimento do ser humano genérico, da categoria humana e da identidade coletiva social.<br /><br /> Alguns sentimentos foram despertados nas alunas, segundo declaração das próprias alunas, dentre eles o de revolta, angústia, aflição, alegria, romance, desespero, encontro pessoal e solidão.<br /><br /> No quadro de Edvard Munch, O Grito, por exemplo, uma das alunas declarou ter interpretado que o personagem gritava consigo mesmo, buscava por si próprio, já que estava num lugar que lhe dava impressão de distante e isolado e declarou ainda que esse sentimento lhe despertava identificação, pois muitas vezes se sentia dessa forma.<br /><br /> As pinturas que mostravam a repressão feminina e a desigualdade de gênero tocaram o ínfimo das participantes, que começaram a refletir sobre situações atuais de preconceito de gênero e a debater sua origem e instauração na sociedade, além de suas formas de combate e enfrentamento.<br /> Por fim as unatianas disseram que a aula superava suas expectativas, pois ia de encontro com o conhecimento continuado e não subestimava o idoso como incapaz, limitado ou descartável, como muitas vezes é visto pela sociedade.<br /><br /> Na terceira aula nos apropriamos da música como método e teoria. Composições de nomes como Raul Seixas, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Zé Ramalho, Caetano Veloso, Gabriel Pensador e o grupo Face da Morte foram escutadas e debatidas.<br /><br /> Refletir sobre a mensagem explícita e subjetiva das canções instigou um diálogo acerca de educação, efetivação dos direitos da população, ditadura, democracia, desigualdade social e sua conseqüente desigualdade de oportunidades, tentando desmistificar a culpabilização do indivíduo e a criminalização da pobreza.<br /><br /> Um dos pontos que devem ser destacados das atividades é o de que os alunos declararam que as oficinas têm sido divertidas e construtivas. Momentos em que o aprendizado ganha sentido e acontece de forma prazerosa e desejada.<br /><br /> Concluímos assim que as atividades possibilitam grande crescimento para todos seus participantes, tanto alunos quanto estagiárias e tem atingido, assim, seus principais objetivos.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-81209470417131877602010-07-08T19:36:00.000-07:002010-07-08T19:39:07.773-07:00Heterogeneidade ou sobrepeso?Saludos a todxs;<br />achei um interessante post no blog do Stein Coval [http://steincoval.zip.net/] e achei que seria bom colocá-lo aqui para apreciação. segue, e espero comentários...<br />------------------<br /><br />Escrito por Fabiano Stein Coval às 16h08<br /><br />Correio Popular, 08/07/2010<br /><br />Opinião<br />Trilema de Münchhausen<br /><br />FABIANO STEIN COVAL<br /><br />A expressão trilema de Münchhausen refere-se, conforme teorizado pelo filósofo Hans Albert, à impossibilidade de fundamentarmos o conhecimento, ou seja, toda tentativa de fundamentação ou justificação do saber é esforço em vão, pois resulta em: 1- uma regressão infinita, 2- um argumento circular ou 3- uma suspensão arbitrária do raciocínio. Assim, teríamos três opções igualmente inaceitáveis (daí o trilema) para justificar qualquer proposição. Münchhausen, célebre barão mitômano que se salvou de um pântano puxando a si mesmo pelos cabelos, indica que as “fundamentações últimas” do saber não passam de fantasias.<br /><br />Todavia, não é desse instigante problema filosófico que falarei neste artigo e, sim, de como um trilema semelhante pode ser vivenciado no âmbito da educação por professores.<br /><br />Em uma sala de aula há, via de regra, três tipos de estudantes: os alunos ótimos, que gostam, não da escola ou dos professores — que normalmente são chatos mesmo —, mas de estudar, do aprendizado em si mesmo, encantam-se com descobertas e sentem-se felizes com a solução de um problema complexo, a conquista do reconhecimento por bom trabalho. Trata-se do aluno que, antes da escola, aprendeu em casa que estudar é importante.<br /><br />Uma segunda classe de alunos — a maioria — compreende aqueles que simplesmente “estão na escola”, passam pela escola porque “faz parte” do processo, alguém o mandou para lá e, mesmo que não tenha sido empurrado para os bancos escolares, acabou por aceitar que precisa estar lá. Trata-se de um ato mecânico, inconsciente, sem o menor significado. Esse tipo de aluno nem gosta nem odeia a escola, ou às vezes gosta e outras vezes odeia, pois sua vida escolar, assim como sua vida social e familiar, não é mais do que um “tanto faz!”.<br /><br />Finalmente, há os alunos mais famosos da escola, o baderneiro, o indisciplinado, o que flerta com a marginalidade (ou já está bem enfiado no mundo do crime), o que barbariza e vandaliza, o que pratica bullyng, o que tem como ídolos os analfabetos que enriqueceram jogando futebol ou apresentando programas televisivos para outros analfabetos, o que se orgulha de ser ignorante e defende a esperteza como meio de ascensão social. Ascensão que normalmente jamais deixará de ser uma ilusão confusa.<br /><br />Isso tudo é fruto da universalização do acesso à educação, da qual não é politicamente correto falar contra e nem é esta minha intenção. O fato é que, diante desta realidade, o professor encontra-se sem saída, diante de um trilema:<br /><br />1- se dá mais atenção aos bons alunos e “cobra” na medida da capacidade deles, aprofundando as matérias das aulas de tal modo que efetivamente capacite tais estudantes para vestibulares e concursos ou, no mínimo, permita a tais estudantes crescer cada vez mais, estará condenando a maioria dos alunos medianos do segundo tipo a um nível de complexidade e exigência incompatíveis com sua problemática noção do que significa estudar;<br /><br />2- se dá mais atenção à maioria da segunda classe, os estudantes medianos, que não conseguem digerir mais do que arroz com feijão, pois não pretendem fazer vestibular ou arrumar um emprego que exija mais do que Ensino Médio, o professor estará condenado os alunos do primeiro tipo a uma verdadeira tortura intelectual: fazer duas operações matemáticas quando já se sabe fazer as quatro, durante todo o ano letivo, por exemplo. É uma verdadeira crueldade e só faz crescer no bom aluno o desânimo e a frustração;<br /><br />3. Se dá atenção aos “maravilhosos” do terceiro tipo, o docente é obrigado a se transformar em uma mistura mal-feita de assistente social, psicólogo, advogado, amigo e confidente que não terá como dar aula de coisa alguma para ninguém.<br /><br />Governadores, secretários da educação, pedagogos e nefelibatas acham que está tudo muito bom e, é claro, só pode ser culpa do professor não saber trabalhar com a heterogeneidade das salas de aula. Falam, mas ninguém conseguiu demonstrar que a situação não é a de um verdadeiro trilema e, não importa qual caminho o professor escolha, ninguém poderá culpá-lo pelo fracasso generalizado.<br /><br />E não, eu não tenho uma proposta! Cabe a cada professor decidir e assumir o que faz.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-47188837988429437092010-05-27T09:28:00.000-07:002010-05-27T09:32:34.182-07:00Educadores ou “educa dores" - por Felipe CarotaOBS: Esta é uma adaptação, feita por Felipe Carota, de um texto de F. P. Castro, amigo do primeiro.<br /><br />Vivenciar um dia de aula numa escola pública paulista é se deparar com uma dura realidade que afeta quase, se não todas, as escolas deste estado: A ausência do professor titular em sala de aula. Este problema não é de hoje, mais eu como estudante de escola pública lembro que desde minha 5º série sofro com este problema. (Hoje estou no 1º ano universitário, ou seja, minha 5º série foi há 10 anos). <br />A realidade que nos deparamos é triste e chocante. Aulas de História com professores de Matemática? Aulas de Química com professores de Letras? Pois é essa a política educacional que temos. Isto é um problema? Claro que sim!<br /><br />Dentro da atual formação que as universidades preparam os “EDUCADORES” estes não recebem bagagem acadêmica para ministrar aulas transversais ou aulas que possam unir diversas disciplinas em torno de um determinado assunto (Ex. Estudar o Marxismo pelo ponto histórico, pelo caráter filosófico, seu aspecto sociológico e econômico dentro de uma mesma aula). O que vemos são professores formados com mentalidades “conteudistas” que não visam a assimilação do aluno com aspectos culturais, sócias e transversalidade do tema.<br /><br />Mas o que um professor de Matemática pode causar de “dor” em um aluno que deveria estar estudando História? Toda! Não digo aqui a dor física, causada por uma lesão, um ferimento ou um tombo, mais a “dor” social que este aluno levará para o resto de sua vida. “Dor” social? O que é isso? O estado se preocupa em ter um professor em sala de aula, mais não com o tipo de professor ou que tipo de ferramentas o professor poderia ser para o aprendizado do aluno pela referida matéria. Assim, o aprendizado do aluno fica prejudicado. Sem aula, bem dizer, visto que este eventual se quer saber ser transversal tronando-se ferramenta para o aluno na assimilação do assunto trabalhado em sala, este aluno acaba ficando a margem do conhecimento. Com isso, sofre pela falta de apoio educacional, não desenvolvendo o conhecimento que deveria ter absorvido naquele momento.<br /><br />Este tipo de prejuízo que leva o aluno à dor social, dor social de ser inferiorizado quando vê que seus rendimentos em olimpíadas, em avaliações, em competições acaba sendo inferior ao aluno da escola particular que teve o professor em sala de aula a todo tempo e que quando este estava ausente, havia quem o pudesse substituir, podendo levar a frente o conteúdo trabalhado. Com isso, este aluno se sentindo inferior acaba sem estímulos ao estudo, sem professor acaba sendo levado por influencias a conversa, a bagunça e a hostilizarão do ambiente escolar. Este aluno, por sua vez, buscara preencher o vazio que a educação e o conhecimento não preencherão em drogas, em prostituição e em atividade ilícitas de forma geral.<br /><br />Esta é a dor social que os professores alimentam, a dor da exclusão do aluno de escola pública ao conhecimento, da exclusão deste nos bons resultados, estímulos e iniciativas educacionais. Não temos educadores, nos faltam profissionais comprometidos em educar e educar com seriedade e compromisso, profissionais capazes de por fim a este método que utilizamos de separar conhecimento por matéria e que sejam capazes de conduzir os alunos ao saber por meio de métodos diferenciados, permitindo que este aluno, mesmo na ausência de seu professor titular, possa junto do eventual dar seqüência no tema visto e assim, com desenvolvimento de seu saber estar preparado para todo tipo de atividade que meça, verifique ou avalie o conhecimento deste aluno.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-50396922929715014732010-05-18T09:11:00.000-07:002010-05-18T13:37:20.632-07:00Considerações sobre as Propostas Curriculares de São Paulo - por Gabriel NarkeviciusInicialmente, gostaria de dizer que este texto se baseia em conclusões minhas a partir de duas discussões sobre este tema, realizadas em dois dias diferentes de aula da disciplina de Prática Geral I pelos estudantes da XLV Turma de História Diurno da UNESP Franca.<br /><br />Qual a efetiva melhoria que temos no processo de ensino, quando temos algo que, ao invés de atuar como uma ferramenta de auxílio ao professor, se torna o fio condutor de suas aulas? O que muda quando uma ferramenta que possui, em seu próprio nome, a palavra ‘proposta’, se torna a base de avaliação do processo de ensino e aprendizagem, como também da abordagem dada aos conteúdos dados em sala pelo professor? O que temos por trás das Propostas Curriculares do Estado de São Paulo?<br /><br />Ela homogeneíza o ensino no Estado? Sim, independente disso ser bom ou ruim. Ela padroniza o cronograma dos conteúdos temáticos a serem ensinados, mas infelizmente não pára por ai. Ao invés de apenas estabelecer este padrão acima, e digo padrão enquanto algo básico para todos, mas sem que o professor deva se limitar apenas a ela, a ‘Proposta’ vai além e faz justamente o oposto. <br /><br />Pode-se perceber que a sua forma de abordagem tende a fazer com que o professor se apegue neste padrão enquanto suficiente para as aulas. Temos uma esquematização do que ensinar e como ensinar, que já prevê, dentro do próprio programa, as competências e habilidades que o estudante adquirirá após a aula de determinado conteúdo. Em outras palavras, a proposta já pressupõe que o estudante captará a relação entre os conteúdos programados, alcançando os objetivos propostos pela cartilha. E digo isto ainda sem ter levado em conta que, como se já não bastasse a existência desta 'atração' em favor de seu uso exclusivo em sala, esta questão ainda envolve outros dois problemas que só agravam a situação. <br /><br />O primeiro parte da base estrutural do processo de ensino, diz respeito à ausência de uma consciência, por parte do professor, sobre sua própria profissão e seu sentido. Grande parte dos professores, públicos ou particulares, não possuem uma consciência efetiva sobre o sentido de ser professor, uma consciência de uma classe, como já abordado neste blog, com uma função de formação crítica para com o indivíduo, base da sociedade. A prova desta questão é vista todos os dias em sala de aula nas escolas, pela forma com que os professores realizam suas aulas, praticando a mera reprodução de conteúdo, sem nenhuma relação com a realidade do estudante. <br /><br />A predominância desta forma de agir pelos professores acaba fortalecendo e muito a existência de uma cartilha, pois estes mesmos professores acabam se apegando a ela, pois está tudo ali, ‘mastigado’. Não vou negar que existam professores que fujam a essa maioria, e aproveito para parabenizá-los por isso, mas infelizmente o numero destes professores é pequeno quando comparado ao resto. Surge então uma relação de troca, onde a passividade dos professores faz valer a existência de uma cartilha, e ao mesmo tempo esta cartilha perpetua esta passividade.<br /><br />O segundo problema existente já se opõe ao primeiro em relação à origem, pois ele vem de cima para baixo, das instituições do sistema educacional para o professor. Nos Cadernos referentes às direções das escolas, é apresentada a necessidade de ‘convencimento’ que estes mesmos diretores devem fazer a favor da utilização da cartilha em sala de aula pelos professores. Realiza-se uma imposição indireta, uma pressão do sistema de ensino sobre os professores para o uso da cartilha, que, somado à passividade e à forma de abordagem, permitem que as aulas se tornem uma mera reprodução dos conteúdos estabelecidos pela Proposta.<br /><br />Bom, ao fazer este esquema, os organizadores da Proposta se esquecem de um único detalhe: o estudante. Na verdade, não somente o estudante, mas também sua realidade, sua vida. A forma com que se estabelece o ensino a partir desta cartilha faz com que a realidade do estudante fique distanciada do que é trabalhado em sala de aula. Não somente a realidade do estudante é deixada de lado, como a necessidade e o interesse do estudante em estar ali. <br /><br />A abordagem definida pela Proposta parte de considerações sobre a formação de uma cidadania que não se relacionam com a realidade ou com a consciência do estudante, mas sim com uma consciência coletiva sobre um individuo inserido em um contexto amplo de sociedade. Em outras palavras, não se forma uma consciência individual, mas sim a manutenção de uma consciência coletiva que faz valer as mentalidades e práticas predominantes na sociedade.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-74237303651265365192010-05-12T08:09:00.000-07:002010-05-12T08:15:10.035-07:00Convite para Reunião AdministrativaOlá para todos:<br /><br />Sexta feira, 14 de maio, às 11.30 da manhã, os integrantes do NACE estarão se reunindo em frente ao IV ano de História para discutir as seguintes pautas (a princípio):<br /><br />- Abertura do grupo para novos membros;<br />- Organização das diretrizes do grupo;<br />- Organização da divulgação;<br />- Orientações referentes ao blog e<br />- quais pautas surjam no momento.<br /><br />A reunião é aberta inclusive para aqueles que estão interessados em conhecer o grupo.<br />Lembrando que o grupo não é vinculado à UNESP, nem a nenhum professor, portanto, não conta como estágio, nem concede bolsas. Somos um grupo de discussão e nossas publicações estão no blog.<br /><br />Mais informações, apareçam na reunião.<br />Sem mais;<br /><br />Jr. Taz<br />Pelo NACE.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-18471895774645305722010-05-08T20:44:00.000-07:002010-05-08T20:56:23.717-07:00Conexão: uma lição. - Por Jr. TAZFala-se muito sobre gestão democrática, educação para a autonomia, contraversão da educação “formal” quantitativa, maneiras de formar um pensamento crítico coletivo, etc. <br /><br />Há muito esforço teórico nesse sentido: são centenas e centenas de livros versando e circundando idéias e mais idéias, intelectuais se reúnem em mesas redondas, encontros, seminários, discursam aqui e ali, etc... O problema é finalmente levar à prática.<br /><br />Na verdade, a prática está amarrada: se mexer um pouco já é suficiente para perceber como a disseminação de uma opinião pré-moldada alheia à crítica logra dar passos largos sobre a nossa sociedade, sobre o mundo todo.<br /><br />Já mostrei meu argumento do porque não devemos esperar que o Estado reformule a educação, porque ela está apresentando resultados condizentes com a política do Mercado. Logicamente, se estamos interessados numa alteração radical da educação neste país, é necessário que isto parta de nós mesmos, da base.<br /><br />Às vezes nos perguntamos se seria possível. Como enfrentar um sistema de um Estado, todas as proteções culturais criadas por ele, inclusive formando em nossas mentes uma mentalidade acrítica de defesa desse Estado, dessas políticas que pulverizam nossas relações político-sociais basistas. Qual caminho deveríamos seguir? Como gestar uma coisa nova, que pode vir a não dar certo? No meio das dúvidas, frente ao abismo do imponderável e do medo, ficamos estagnados, abaixamos as cabeças, e aceitamos o martelo que paira sobre elas.<br /><br />Alguns corajosos esquecem-se dos limites do imponderável e fazem. Aliás, essa é uma coisa que falta em muitos de nossos intelectuais: a AÇÃO. Coordenar TEORIA e PRÁTICA é uma das coisas mais difíceis no longo caminho de nos tornamos verdadeiramente seres humanos que se orgulhem de carregar esse rótulo. Penso que é isso que Oscar Wilde quer dizer quando sentenciou “Viver é uma coisa rara. A maioria apenas existe”. E de alguns corajosos que falarei, ao longo do tempo que escreverei neste blog.<br /><br />Quando o Tio B. (Nosso professor na UNESP) me chamou para conhecer o cursinho “<strong>Conexão</strong>”, em Ribeirão Preto, achei interessantes as características: os alunos participavam da construção das aulas, os conteúdos eram discutidos em reuniões administrativas, era voltado para alunos de baixa renda, professores voluntários, funcionando numa situação complicada, dentro de um casebre que é patrimônio municipal, no mesmo terreno que uma multinacional que não gosta muito deles, mas que apesar dos problemas tinha aprovação razoável, e o principal: não tinha uma formação meramente quantitativa, mas qualitativa, uma verdadeira formação humanística, gerando consciência crítica, educando para participar, e não simplesmente absorver o que quer que seja que o vestibular peça e pronto. Apesar dessa fantástica apresentação, fui sem grandes expectativas, principalmente pelo que tinha em mente sobre os cursinhos comunitários que para mim nao tinham nada de comunitários.<br /><br />Não me lembro muito bem o dia da semana que foi, mas lembro bem da dinâmica, pois foi o que me surpreendeu. A “aula” era a montagem de uma peça de teatro que mostrasse as relações entre uma família rica, outra classe media, outra camponesa com o candidato à prefeitura, além de suas relações familiares e com seus (possíveis) empregados. E não só a montagem, mas também sua apresentação, na mesma aula. Lembro que eu estava cético, mas nem de longe deixaria de considerar a possibilidade de aprendizado de uma ação como aquela. Era fantástico, uma grande idéia e... <em>Aplicada</em>! Entrei de cabeça e participei (até improvisei no final!). Mas o mais interessante é ver como eles teorizaram a peça, encaixaram os temas de lutas de classes, dominação cultural, demagogia, e muito mais com tamanha desenvoltura. Tenho certeza que a maioria das pessoas do cursinho (privado) do qual fiz parte não conseguiria realizar uma situação com tamanha qualidade e... Com <strong>solidariedade</strong>! <br /><br />Num cursinho privado, mesmo que você não seja o concorrente direto daquele seu colega de classe, acontece certa rivalidade. Parece que a sensação entre aqueles jovens é a de que se você acumular mais informações que os outros, você passa no vestibular – o que não é uma verdade! E sabíamos disso, de certa forma. Mas o clima competitivo, copista, de memorização intensiva nos fazia mais vestibulandos que amigos. Não é o que se apresenta no Conexão. O clima é de compreensão da situação do outro: a maioria ali trabalha ou não tem condições de estudar em casa durante o dia, e quando estão juntos, proporcionar a discussão é abrir um canal pra aprimorar tanto a si mesmo quanto aquilo que o outro pode não ter percebido. O estimulo à opinião é algo que não se vê num cursinho privado, nem no ensino formal sob qualquer situação, e nem mesmo na faculdade. Emerge quem pode; quem consegue. Os outros servem de mar.<br /><br />Seria uma <em>consciência de classe</em>, como a que o Gabriel falou alguns posts atrás, mas partindo dos alunos?<br /><br />Voltando. Saí da aula emocionado. Conversei também com alguns alunos, e notei a realidade difícil de alguns deles, e o reflexo do sonho de passar no vestibular e conhecer novos mundos, proporcionar novas realidades para seus familiares... Como eu um dia também tive, e hoje vivencio.<br /><br />Voltei no sábado seguinte para a reunião administrativa, da qual os alunos também participam. Nem todos os alunos vão, muitos porque trabalham, outros porque não podem, etc. É lá que professores e alunos resolvem os problemas que aconteceram durante a semana – muita conversa? Tá prejudicando o coletivo! Tem alguém faltando muito? O que tá acontecendo? Porque o pessoal tá faltando na faxina coletiva? - e definem as abordagens do que será estudado durante a semana (mas há um cronograma maior, pré-estabelecido, por módulos). Lavagem de roupa suja acontece, mas é interessante porque se nota uma situação política, os indivíduos trabalhando pelo coletivo.<br /><br />Marquei uma reunião pra segunda feira imediata com o <strong>NACE</strong>, precisava espalhar as boas novas, e o fiz com um entusiasmo que contagiou o pessoal. Porém, estávamos no fim do ano, muitas provas, e o pessoal não tem mobilidade pra Ribeirão Preto como eu. A coisa esfriou um pouco, mas foi graças aqueles dias que tive boas idéias e reforcei certos pensamentos. Ainda fui a mais uma reunião, eu acho, em 2009.<br /><br />Depois de alguns meses, mesmo sob pressão de outros compromissos, principalmente acadêmicos, voltei a me dedicar aos meus interesses, dentre eles, os educacionais, e também ao Conexão.<br /><br />Turma dividida, alguns conhecidos do ano passado, novas caras... Mas o mesmo entusiasmo, mesmo nos que não passaram. Lógico, um pouco de cansaço, também não consegui passar de primeira, sei como é. Mas, como eu, agarrar-se ao sonho beira à necessidade... Lembro de quando estudava no CECAS (outro cursinho, que tinha pretensões comunitárias, mas que não segurou bem, em minha opinião) e, cansado, final de ano, pouco animado com o vestibular, ouvi o Batata (que era professor no CECAS e que também dá aula no Conexão, um grande sujeito!) falar sobre como seria a vida universitária, que valia a pena continuar, contou a história dele, demos muita risada, mas sentimos, no fundo, que <em>não podíamos parar</em>; não era o vestibular que importava, era a vida. Não podíamos estagnar. Passei no vestibular.<br /><br />Boa aula a de ontem: o Danilo juntou a galera e discutimos um texto de Marx e outro do Paulo Freire. E dessas discussões fomos caminhando, passando por formas de produção, relações de trabalho, democracia ateniense e moderna, direta e indireta, participativa ou não, sustentabilidade, empresas que usam selo verde para conquistar clientela, mas que prejudicam o meio ambiente por outro lado, educação e Estado, e culminamos na Pedagogia da Autonomia, que era justamente o que estávamos fazendo ali, estávamos vivenciando a teoria. <em>Eis que estávamos vivos, e não apenas existindo</em>... Não tem como não aprender se VOCÊ está construindo o pensamento: há uma complexidade de pensamento, uma ecologia no que se aprende, lembrar de uma coisa é lembrar-se de relações, o saber é ampliado, não é mais objetivo, mas subjetivo.<br /><br />Na reunião administrativa de hoje, ações práticas de alta relevância, as quais não convém falar ainda. No entanto, mostra qual é o caráter dessa educação que ali se gesta: a prática. Nada daquilo que não sirva para melhorar aquilo que me torna um ser humano melhor para a minha vida e da minha comunidade não faz sentido. As teorias só têm uma função, que é melhorar nossa vida através da melhor aplicação prática possível.<br /><br />Enfim. <strong>Sei que me alonguei demais</strong>. Este blog tem por finalidade discutir nossas percepções sobre possibilidades educacionais. E bem que eu demorei demais para começar a falar sobre o Conexão (mas vocês verão muitos textos sobre ele daqui pra frente). E antes que se diga que é preciso sentar e pensar no que vamos fazer, estão aí experiências responsáveis como o Conexão para nos dar exemplo de que não há saída: a mudança é de baixo pra cima, é pela educação e é principalmente pela <strong>AÇÃO</strong>.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-43105822542215281642010-04-20T09:16:00.001-07:002010-04-20T09:17:45.091-07:00Estado e Educação Popular - por Junior TazEducação é algo que vem de fora. Pode ser encarada como fragmentos da cultura humana que, nem sempre de forma ordenada, são repassados aos indivíduos que participam de determinada sociedade; ou seja, não sai do indivíduo, mas no máximo é complementada por ele.<br /><br />Em sociedades ditas mais simples (mas que nós sempre pensamos “puxa, como seria difícil viver como eles!”) a educação tem um viés mais tradicional: o repasse dos fragmentos da cultura humana são feitos sob medida das necessidades dos indivíduos em seus graus de participação naquela sociedade; pode-se muito bem dizer que isso é uma educação estamental, mas não penso que os outros setores tenham intenção de alterar a situação: é tradicional, mudar isso faz perder o sentido.<br /><br />Já nas sociedades ditas mais complexas sabe-se que o Estado geralmente se apodera do monopólio da violência. Se sabe por dedução que essa violência não é meramente física, ou da ameaça, mas também a castradora violência do monopólio de um viés educacional – mantenedor do status quo. Pode-se dizer que a educação privada faz o mesmo, mas ressalto que não é o que está sendo dito que importa, mas o modo como está sendo feito, ou seja, de cima pra baixo, e massivamente – formando massas, e não indivíduos.<br /><br />Por educação libertária penso nas possibilidades, sempre extremamente difíceis, de extrair da mais rústica ostra a mais fantástica das pérolas. Fazer o ser humano enxergar-se enquanto indivíduo, enquanto ser com possibilidades de ativar a sociedade, de alterar seu status mesmo fora do sistema, mesmo intentando romper com o sistema. E isso não se impõe de fora: mostra-se alternativas, exemplos, motivos, e dessa maneira sempre tão singela – pela conversa, não pela aula – é que se mostra a essência humana na existência sempre subjugada.<br /><br />Por isso o Estado não promove uma educação libertária: seria contra-senso, e seu suicídio. O Estado sobrevive das políticas massivas, do pensamento coletivo que tende ao irracional (não me entendam mal: irracionalidade não tem nada a ver com burrice): promover uma educação onde cada indivíduo entenda sua existência como expressão do ímpeto de alteração é um perigo para um sistema apoiado em corrupção, paternalismo, clientelismo, falsidade e simulação de democracia. <br /><br />Indivíduos ativos pensam, e quando pensam questionam. Se não acham as respostas eles não tem nojo de enfiar a mão na lama em busca delas. <br /><br />Já ouvi dizerem que o Estado promove uma educação, senão democrática, ao menos próxima disso, porque tenta mostrar o máximo de caminhos – expressão das matérias que aprendemos nas escolas - tão diversas, não é? Fora a inserção do simulacro de sociedade que se promove nas salas de aula – pois repudio completamente tais interpelações!<br /><br />Não vejo democracia alguma em obrigatoriedade de matrícula nas escolas que o Estado entende por oficiais. Também não é democracia no sentido que se importa do termo que haja inúmeras matérias se elas são meramente tecnicizadas! Não se aprende História para questionar as ações humanas, mas para se obter curiosidades dos grandes nomes! Não se aprende geo-política para criticar os acontecimentos mundiais, mas para saber o que passou no jornal do ano retrasado, a matemática começa com laranjas e quando nos damos contas são laranjas irracionais, a física e seus carros e colisões, até mesmo o ensino da nossa língua não passa pela lógica: prioriza-se as exceções, quando são excepcionais! Esperar que cada aluno pense por si mesmo é desvalorizar a comodidade e a preguiça do espírito humano frente à tela de uma televisão. É obrigação dos EDUCADORES (e não apenas dos profissionais da educação) tomarem partido para ajuda-los a questionar para entender. O Estado suicida é um sonho.<br /><br />Quanto ao absurdo do simulacro social numa sala de aula é o prazer dos sadomasoquistas. Apesar de que no mundo social que se espreita hoje para a grande maioria das pessoas, a sala de aula é uma lembrança cômoda: os professores fingem que ensinam, sozinhos, na frente da sala, os alunos fingem que aprendem, sozinhos, em suas carteiras, e é disso que se vive no depois: falar sem ser ouvido, escutar sem ouvir. Mesmo a crítica é desvalorizada, não é cultivada. Preguiçosamente enterrada nas dores da ignorância, regada com o medo do rechaço – quase sempre certo, ameaçadoramente próximo. Até a arquitetura das salas é opressora. “Cinqüenta alunos calados” não é, de forma alguma o prelúdio de uma sociedade deliciosamente tentadora, apenas o sonho de um gerente de alguma fábrica de sapatos, de roupas, ou qualquer coisa do gênero.<br /><br />Enfim, não me alongando muito mais, pois o tema é prolífico e em grande parte, intuitivo, ressalto a importância da ação dos EDUCADORES, para uma educação contrapontual à ação da educação FORMAL do Estado: que seja educação informal o nome, contanto que esteja disposta a arrancar dos olhos, ouvidos e bocas dos alunos para torna-los estudantes para que mais que aprendam, que compreendam o mundo a fim de muda-lo antes que seja tarde demais. Fugir disso é suicidar-se em oferenda ao Estado.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-63967503977156324892010-03-01T15:49:00.000-08:002010-03-01T15:52:35.126-08:00*** Aê pessoal, taí o texto que publiquei no blog www.discussaoestudantil.blogspot.com, por ocasião da movimentação de esclarecimento dos bixos, ante a aula magna promovida pela vice-diretoria da UNESP (proferida pelo Aldo Rebelo) ***<br /><br /> Para quem estudar? Eis a pergunta que nos motiva. Não se trata de uma pergunta retórica ou de uma simples frase de efeito, mas – para nós – o cerne da discussão sobre a educação, em todos os sentidos. Ela é central, principalmente quando nos damos conta de que a resposta da pergunta “para quem estudar” não coincide com a resposta da pergunta “para quem estamos estudando”.<br /><br />Deixando mais claro, para quê serve o vestibular? Para que se ingresse numa universidade, ou numa escola técnica, enfim, o vestibular é um processo de seleção dos melhores preparados para fazerem parte do universo do ensino dito superior. Mas, para quem serve o vestibular? Ora, aqueles que disserem que o vestibular é uma oportunidade de estudar mais, e se aprimorarem estão se enganando. Não que não aprendemos nada nos cursinhos pré-vestibulares da vida, mas é um fato que todo aquele exercício de memória só tem uma finalidade: o vestibular. Logo, o que se aprende não é pra vida, não agrega qualidade ao ser humano, mas serve apenas como passaporte: tudo que não é utilizado será apagado, é a nossa memória que faz isso!<br /><br />Mesmo no ensino fundamental e médio, o que estamos aprendendo? O papel do ensino público, qual é? Nos preparar para o vestibular? Nos preparar para o mercado de trabalho? Formar “cidadãos” obedientes e mudos? Ou servir como uma creche para que nossos pais possam trabalhar sem se preocupar conosco (a televisão cumpre a outra parte da educação, depois da escola...)? Quanto ao vestibular, é muito claro para aqueles que, como eu, passaram pelo ensino fundamental e médio, que o ensino público e seus métodos não estão somente arcaicos como não atenderiam com simples reformas por sobre a casca. As reformulações no ensino médio para atender ao vestibular são inúteis, porque é intrinsecamente excludente, e tais reformulações não fazem nada além de ampliar o número de concorrentes para o PROUNI.<br /><br />Será que estamos estudando num ensino médio que nos forma para o mercado de trabalho? Para nos desiludirmos quando arriscamos entrar no vestibular por dois anos seguidos e finalmente termos que desistir e irmos trabalhar para ajudar nas contas da casa? Por quê se fala tanto que no Brasil falta mão-de-obra especializada? Para que ficamos tantos anos nos ensinos médio e fundamental se não é pra sairmos com uma bagagem realmente útil para nossa vida? Por que não aprendemos a estrutura da política no Brasil, por que não aprendemos a debater, a discutir, a formular questões, a formar opinião, a escrever o que sentimos e não o que deduzimos de outro escrito? Se precisamos de um cursinho pra entrar na universidade, o ensino que se diz básico não está cumprindo sua função básica.<br /><br />E, afinal, porque gerações e gerações de brasileiros nascem e morrem apáticos, reclamando baixinho dos problemas, mas sempre aguardando que alguém faça as coisas por eles? Será porque introjetamos nosso Estado paternalista no nosso estado de apatia? Porque a escola não nos ensina as vias para exercermos nossa veia democrática, nesse Estado que se diz democrático? Como usufruir da palavra aquele que não teve como aprender a manipulá-la?<br /><br />Se precisamos de cursinho para entramos na universidade, alguma coisa está MUITO errada, afinal, a função da escola, ao nosso ver, era nos preparar para a vida, e o vestibular deveria ser reflexo dessa preparação, e não um exercício de memorização. Alguns podem dizer que o vestibular está se humanizando, que a interdisciplinaridade tira o caráter “decoreba” da prova, mas no fundo, ele continua exercendo a mesma função sob os mesmos parâmetros: é um funil, onde aqueles com melhores condições (a primordial é a financeira!) estão na ponta mais fina, enquanto a esmagadora maioria continua se digladiando, numa competição entre pessoas que tem o mesmo direito: o de usufruir de uma universidade pública, e de poder cursá-la (aqui, quero dizer usar da permanência estudantil...). Não vejo como pessoas que estudaram em escolas particulares, que desde cedo preparam-se para o vestibular, que tiveram condições não só de pagar por toda a experiência de ensino preparatória, mas como ainda teriam para pagar universidades particulares, podem “competir” em pé de igualdade com pessoas que estudaram no ensino “confuso” das escolas públicas, que muitas vezes não tem como pagar por um cursinho, que muitas vezes está apenas “arriscando a sorte” de entrar numa universidade pública. Não vejo um país de igualdade quando olho para a estrutura que culmina na disputa por vagas na universidade. É um país de todos, mas que cada um se ajeite no seu estamento.<br /><br />Obviamente que o discurso da universidade pública é o discurso da elite que entra de mergulho nela. É óbvio também que não será a universidade pública que vai promover, do alto de seus mais altos escalões, discussões que possam gerar frutos palpáveis. Quando há auto-crítica de cima, ela pára em cima, nós mal podemos ouvi-la. É aí então que entra o papel dos alunos, dos funcionários, e dos professores que não se conformam com essa situação. A discussão não precisa de permissão para se desenvolver. Todo mundo pode questionar, todos podem levantar a voz, todos podem se agrupar, se reunir, se filiar, se juntar à grupos de extensão, à grêmios estudantis, e fazer-se ouvir. No ensino público, ao menos do qual eu participei, não me “lembraram” o que eu podia fazer com as minhas ações, não fomos educados para participar, mas para assistir.<br /><br />Deveríamos estar estudando para nós mesmos, para aprendermos sobre a vida em comunidade, sobre a natureza, sobre o funcionamento das coisas, mas na verdade estamos aprendendo para sermos avaliados. Não interessa o que aprendemos, mas a finalidade do que aprendemos; não é a qualidade do ensino, mas a quantidade de coisas que conseguimos colocar dentro da cabeça. O que é importante para a vida é dispensável para o vestibular.<br /><br />A importância de cursinhos comunitários, populares, é incomensurável num mundo onde o ensino é mercantilizado, reduzido à técnica, comprimido em perguntas e respostas. Eles não apenas ensinam para passar no vestibular, eles abrem portas para o pensamento crítico. É uma porta de entrada para aqueles que nunca pararam para pensar no coletivo. Logicamente isso depende dos professores, da estrutura do cursinho e tudo mais, não é apenas pelo fato de ser comunitário que não possa estar obedecendo à lógica da educação quantitativa. Mas a tendência é a funcionalidade do conhecimento, a ecologia das esferas de conhecimento. E aqueles estudantes que souberem aproveitar as oportunidades subjetivas de um cursinho comunitário estarão aprendendo a exercer sua condição de sujeito coletivo, sujeito de fala, poderoso em suas ações, pois afeta aos outros. Chegarão na universidade dispostos a questionar o porquê de tudo aquilo que passaram, e procurarão levar o pensamento crítico aos outros estudantes, o pensamento do “para quem” eles estão estudando, realmente.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-13206451756100617782009-11-26T11:04:00.000-08:002009-11-26T11:12:28.788-08:00Consciência DE classe, consciência DA classe - por Gabriel NarkeviciusQual será a real noção que os professores, especificamente de história, possuem sobre o ensino? A quantidade de pessoas que se formam em cursos com licenciatura é considerável, a quantidade dos empregos pra estas pessoas já é “ligeiramente” inferior. Apesar disso, e deixando a questão da quantidade de lado, a qualidade do ensino, em termos de importância, é prioridade. <br />Antes de qualquer coisa é preciso reconhecer que a atuação do professor toca vários pontos. Ensinar e aprender são idéias diferentes, mas não se opõem, e não existem isoladas uma da outra. A relação entre professor e estudante, antes de qualquer outro ponto, é uma relação direta entre indivíduos, com vivências e realidades diferentes, bem como suas visões sobre estas realidades. <br />Isso não significa que a relação entre professor e estudante seja um confronto, no sentindo de encontro, direto entre estas realidades e visões, mas sim uma aproximação das mesmas através da relação ensino/aprendizagem. As vivências, visões e realidades, tanto os professores quanto os estudantes, influem muito, mas não de forma determinante, nos interesses que cada um possui ao entrar em uma sala de aula.<br />Ao entrar em uma sala de aula, tanto o professor como o estudante leva consigo seus respectivos interesses e realidades, uma vez que são impossíveis de serem dissociados e refletem no fato de estarem ali, em sala. É valido apontar que os interesses não dizem necessariamente à real necessidade do professor ou do estudante estarem ali, estando isso relacionado em grande parte com a realidade em que cada um se situa. <br />A atuação de um professor não diz respeito apenas aos conteúdos passados em sala, bem como às formas de transmissão destes conteúdos aos estudantes. Ser professor significa também dar sentido a individualidade do estudante, a partir da compreensão do conhecimento e seu posterior uso nas permanências e mudanças da sociedade e de si mesmo. Atualmente grande parte dos professores não leva isso em consideração. Preocupam-se apenas em passar seus conteúdos e em formas de prender a atenção do aluno durante a aula. <br />Há uma conformidade da maioria dos professores com a pouca qualidade do ensino atual. Estão presos a um ciclo vicioso, iniciado antes mesmo de se formarem na faculdade, reproduzindo não apenas o conteúdo, mas a forma de ensino em si. Foram “educados” com esta forma de ensino, entraram na faculdade com ela na cabeça, e agora farão dela suas próprias práticas, inserindo mais estudantes neste ciclo.<br /> Um exemplo se relaciona sobre a reprodução do conhecimento. Muito dos professores entram em sala de aula sem real consciência de sua profissão e este fato repercute diretamente na didática em sala e na forma de aplicação do conteúdo. Assim, a relação entre professor e estudante parte, por parte do primeiro, apenas como a propagação do conhecimento já consolidado sobre determinado tema. Cabe ao professor a tarefa de se conscientizar de sua posição social, enquanto formador de indivíduos críticos e não apenas de indivíduos técnicos.<br /> O interesse do estudante também apresenta questões de relação direta com a realidade do mesmo, uma vez que a presença dele em sala não significa necessariamente o interesse de aprender. É neste ponto em que a compreensão do sentido da disciplina se torna necessária ao estudante, uma vez que, a partir dela, ocorre a aproximação entre a realidade e o conteúdo. <br /> O estudante pode estar de corpo presente, mas sua mente não está ali, na maioria das vezes, pela própria vontade. Seu desinteresse remete em grande parte à forma com que ele concebe o fato de ir à escola todos os dias, concepção essa que raramente toca o ponto de formação de uma individualidade, somada às lacunas existentes no ensino atualmente. O estudante não vislumbra na escola uma perspectiva de contribuição de mudança da sua realidade, mas sim de uma necessidade de atender os requisitos do mercado de trabalho. <br />Ele vai à escola para “ser alguém”, mas na realidade este “ser alguém” significa ser mais um na competição do mercado de trabalho. Isto sem contar que este “ser alguém” não é, na maioria das vezes, uma construção mental do próprio estudante, mas de outros fatores externos que já estão também incorporados na atual mentalidade padrão da sociedade, esta marcada pelo individualismo (conceito que difere e muito de individualidade) e conseqüente competição. <br />Assim sendo, deve-se considerar a existência de questões externas à sala de aula, mas que remetem na condução do ensino e aprendizagem dentro da mesma, uma vez que estas questões influem na forma de pensar e agir tanto dos estudantes quanto dos professores. Atualmente, cabe ao professor mostrar ao estudante a necessidade deste estar ali em sala não para atender às pressões de pais ou do mercado de trabalho, mas sim para se tornar agente ativo e crítico da realidade social. Para tanto, o professor deve ter real consciência de sua atuação profissional, não sendo apenas mais um em um mercado de trabalho cuja mercadoria é o conhecimento, mas um atuante na conscientização do estudante perante si mesmo e a sociedade que o cerca.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-11261738088781212982009-09-29T13:41:00.000-07:002009-09-29T13:45:11.341-07:00'Simplicidade do pensamento.' - Por Junior TazNovela das oito: milhões de brasileiros acompanham a estória. Uns se identificam com o taxista gente boa, honesto, que ouve todo mundo e que cumpre seu dever com muito esforço, sem esquecer da honradez. Outras se colocam na pele da empregada doméstica, que, apesar de humilhada pela patroa, se manifesta de forma sagaz, mas acata as ordens por que tem necessidade de manter-se no emprego, e só por isso. Todos desprezam aquela socialite que apesar da aparência de mulher fina, é uma víbora, uma malvada que se atém a humilhar os empregados e passa o dia maquinando a manipulação. Também tem aquele cara que é esperto: suas maldades são por um bem geral (muitas vezes mais pelo seu próprio bem em geral!), mas o faz porque foi cooptado por um círculo maior de pessoas e idéias que o leva a cometer pequenas infrações ‘inocentes’. Ele será purificado até o fim da novela. Aliás, todos os malvados serão punidos, de uma forma ou de outra. Os bonzinhos vão padecendo até sua vitória final. Os que são mais ou menos bonzinhos ou malzinhos recebem punições ou prêmios de consolação (não nessa mesma ordem).<br /><br />Pensamento simples. Rápida associação. Papéis definidos. Os Arquétipos. O bonzinho, o galã, a esperta, a modelo de beleza, o santo (sempre tentado!) os malvados, os que tem seu amor eterno impedido pelas circunstâncias... enfim. A articulação muda pouco. De uma novela pra outra, mudam-se os cenários, os atores (nem sempre mudam, é verdade), muda-se o autor, mas no fundo, tudo parece igual. A novela de sucesso é aquela que, mesmo depois de acabada, não se faz perceber cópia das anteriores. Uma vez percebida como cópia (rara exceção!), é tripudiada pelas revistas especializadas e pelo público (geralmente, nessa ordem). <br /><br />Em geral, esse é o padrão da novela rádiotelevisiva. Algumas poucas coisas são alteradas, aqui e ali, na verdade, têm de ser poucas coisas justamente para que o público não estranhe. A novela começa, se desenrola e termina dentro de um padrão já conhecido. Escapar desse padrão é andar sobre um tênue limite entre o aceitável e o repugnante. Já se sabe o final da novela com muitos meses de antecedência, mesmo antes que ela comece, de fato. Já se imagina o perfil do personagem pelo ator a que lhe é designado. O público sim, faz a novela. Infelizmente sempre igual.<br /><br />[[[Pequena Digressão:]]]<br />Uma característica das novelas dessa primeira década do século XXI é que são feitas quase just-in-time (algo como ‘bem a tempo’, ou ‘na hora’), possibilitando a alocação de acontecimentos reais ao dia-a-dia da trama. Têm-se a impressão de que a novela está acontecendo ali, no Rio de Janeiro, que aquele assassinato no escritório do Doutor Fulano pelo pérfido assassino aconteceu enquanto o trabalhador estava fazendo o pesponto no sapato na fábrica, ou enquanto a dona de casa lavava a louça da tarde. A identificação vai acontecendo, a intimidade com os fatos se dá até pelo tempo de cada um. Reconhece-se o personagem enquanto ser impresso até no tempo do expectador. A vida e o tempo se copiam na novela.<br /><br />Tal característica, a de ser feita just-in-time, também subordina o autor aos interesses do público. Os autores de novelas, em sua maioria, escrevem já num determinado padrão inclusive para a aceitação de seus trabalhos pelas grandes produtoras e emissoras de televisão. Sair muito do estilo da emissora pode acarretar a não aceitação da novela. Então, escrever quase ao mesmo tempo em que se filma gera uma pequena margem de manobra, porém, nada excepcional. O público, manifestando o desinteresse por um ou outro personagem, mostra que ele não está bem encaixado, que não está agradando. O autor tem tempo de tirá-lo, ou corrigi-lo. Então a margem é realmente pequena, o público também está acostumado com um determinado padrão de personagens, abrir demais para tipos “estranhos” ao estereótipo é andar sobre aquela tênue linha citada, e nem sempre compensa correr tal risco.<br /><br />Olhando as novelas e o público por esse ângulo, vemos uma simbiose interessante. Ao mesmo tempo em que as novelas se produzem num estilo pouco alterado e alterável, o público as aceita nesse padrão e repudia as que não estão nele, forçando dessa forma que o padrão se repita na produção. A idéia é conservar. Que se mudem os espaços, os atores, os estilos dos personagens, mas que não mude muito. É sabido por todos que a inclusão de temas e personagens “diferentes” dos habituais também é característica dessa nova fase da produção de novelas. Personagens gays aparecem hoje, com mais freqüência, e têm mais aceitação que a dez anos atrás. Mas porque, se um dia tal personagem foi colocado na novela, não o foi de forma brusca. O personagem foi sendo lentamente aceito. A sociedade aceitou-o lentamente e hoje ele pode (e muitos dizem ‘devem’) aparecer na novela.<br /><br />Se diz ‘a novela é um espelho da sociedade’. Uma vez que temos uma maior abertura para a discussão sexual inclusive no seio familiar (ou pelo menos aparentamos ter), a novela faz por onde para mostrar e reforçar tal discussão. Mas será que a ordem da frase citada no inicio desse parágrafo é aquela mesma? Será que não pode ser “a sociedade é um espelho da novela”? Uma coisa não invalida a outra. Na verdade, as duas se influenciam mutuamente. Mudanças acontecem lentamente em ambos os lados, e a aceitação é lenta da mesma forma. Dessa maneira, uma novela da década de 70, apesar de ter muitos elementos básicos em comum com as do princípio do século XXI já não é assistida pelo mesmo público que a escreveu. Valores mudaram, as pessoas e a sociedade mudou. Mas ainda há permanências, e talvez uma novela da década de 70 seja antes atual do que simplesmente nostálgica. A atualidade está mais na técnica que na temática. <br />[[[Fim da digressão]]]<br /><br />É a partir desse momento em que os personagens também são construídos de forma simplista. Personagens complexos não cabem numa novela, que é um momento de descontração das camadas médias e populares. A complexidade é muitas vezes associada à leitura de um livro. Requer atenção. A novela não. No seu pulular de imagens e cenas, e em seu curto período diário de exibição (curto mesmo?), a atenção se dá muito mais no contexto do que nos detalhes. Um personagem não pode ser bom e mau ao mesmo tempo, não pode exibir características complexas, senão seu objetivo se dissipará em meio à desatenção dos espectadores. O embasamento moral do personagem está mais relacionado ao arquétipo do que à possibilidade dele ser um indivíduo real, em meio à relações reais, pressões e tensões reais. Ou o personagem exibe características fixas (ou pelo menos que suas alterações sejam esperadas!) ou então ele vai cair numa complexidade, e na justa falta de interesse daquela maioria que está assistindo à novela justamente para descansar a cabeça da complexidade da vida. Se não fosse por isso, estariam lendo um livro.<br /><br />O cansaço mental produzido pelo dia-a-dia corrido da população não dá espaço para o exercício da complexidade intelectual. Espera-se o simples. Espera-se que a novela não canse ainda mais a mente do trabalhador. E o maniqueísmo pouco disfarçado nas novelas é justamente uma forma de simplificar o enredo e atrair os olhos cansados de uma população fatigada. Uma gota da história por dia, dezenas de personagem que orbitam em torno dos protagonistas (colocá-los em órbita é colocá-los num segundo plano, o que os condiciona ainda mais à arquétipos específicos). Os bonzinhos se protegem dos mauzinhos. Os maus serão punidos no final, os bons serão premiados. Lógica cristã. Nem sempre a lógica da vida real. <br /><br />Mas a vida real é muito complexa. Pessoas que parecem ser tão boas são eleitas para cargos representativos e lá se mostram corruptas (representariam então a tendência à corrupção dos que os reelegem? Fica em aberto). Amigos podem nos trair, nossos relacionamentos amorosos desabam com o tempo como castelinhos na areia, o chefe que nos paga é o chefe que nos achaca, a polícia que defende o povo é a mesma que bate na manifestação por melhores salários, o trabalhador é taxado de vagabundo quando se põe a defender seus direitos à força, “estude para crescer na vida” sai das bocas de todos os pais, mas os filhos se questionam do porque dos pais não estudarem para crescer também – e tal resposta é tão complexa que a frase dos pais se passa por mentirosa, enfim. Muitos exemplos da coisa mais óbvia: a vida demanda pensamento complexo. E o pensamento complexo demanda um esforço do raciocínio. Esse esforço cansa, ainda mais quando o que origina tais pensamentos complexos não fazem sentido para o indivíduo: o que é a política? Porque um deputado ganha tanto? O que faz um deputado? Porque temos deputados? De onde vieram, para onde vão? O que aconteceu com meu voto se eu votei no que perdeu? Não valeu? Brancos e nulos dão na mesma? <br /><br />Fazer sentido. O trabalho que cansa o indivíduo faz sentido pra ele? O sujeito que faz o pesponto sabe que modelo de sapato produziu? Saberá ele manusear os outros instrumentos que geram aquele sapato? Como crescer na empresa? Para que crescer na empresa? Por que ganho tão pouco, se trabalho mais que o gerente? As coisas que demandam complexo, não fazem sentido num pensamento simples.<br /><br />A lógica capitalista não demanda sentido, não demanda pensamento complexo. Não para os que produzem. Talvez para os que são detentores do capital, talvez para aqueles que detém o produto já feito, não para os que estiveram produzindo. Inclusive é melhor mantê-los num pensamento simples do que fazê-los pensar complexamente. Compreender a relação das coisas pode conduzi-los à revolta.<br /><br />Por isso a educação no sistema capitalista não preza pela complexidade. As coisas tem que ter fim em si mesmas. A aula sobre o “descobrimento” do Brasil não precisa ter uma ligação com a Revolução Industrial Inglesa. Basta que se explique cada um, como uma curiosidade histórica. Se o exercício do sentido começa, a mente do estudante vai se fortalecendo e passa a buscar a complexidade das coisas. Tornar-se-á um trabalhador problemático – para o capitalismo, claro.<br /><br />Logo, tal educação prepara os indivíduos para o pensamento simples. Prepara o sujeito para o trabalho simples, para a televisão simples, para os programas simples, para a diversão simples (e simplesmente oferecida a preços módicos). Não prepara para a questão. Não prepara para a subjetividade das coisas. Não prepara para o entendimento da arte com expressão pessoal. Não tem interesse em preparar. <br /><br />Assistir um filme como ‘2001 – uma odisséia no espaço’ produz uma infinidade de percepções diferentes. Mas a maioria das pessoas assistiria o filme pelo seu parecer estético. Julgaria como um filme mediano, sem muito sentido. O filme é complexo em si mesmo. Demanda pensamento complexo, demanda um conhecimento estabelecido, porém não dogmático: pensamento esse que aguarda o embate para melhor ser pensamento. Não é um filme comercial, é um filme, então, cult – para poucos (por mais infeliz que eu esteja por aceitá-lo como tal).<br /><br />Com a música popular acontece a mesma coisa. Melodias simples, rimas pobres, identificação com situações idealizadas são praxe na estrutura das músicas que toca nas rádios massivas. A dona de casa que está lavando roupa definitivamente não quer (e não pode, não naquele momento) se por a prestar atenção numa letra metafórica. Ela vai apreender o que sua atenção dilacerada pelo trabalho sendo executado lhe propõe. A letra de Índios, da banda Legião Urbana soa como uma estória, e não como história. E o que esperar de quem tem que trabalhar? Um duplo canal de atenção? Um para o trabalho e outro para a cultura? É pedir demais.<br /><br />Os grandes produtores de “cultura” (muitas aspas aí) se aproveitam justamente disso. O nicho consumidor dessa “cultura” empobrecida é justamente o maior nicho mercadológico: a população pobre. Aquela que tem que trabalhar o dia inteiro e que chega cansada do trabalho, tão cansada que não consegue, não pode, ou não quer se colocar a trabalhar o pensamento complexo. São as pessoas desse nicho que enquanto estão trabalhando estão cantarolando a música de sucesso da rádio, sem perceber e sem se por a entender a fundo a letra. Aliás, para que entender a letra de uma música que diz<br /><br />Cavalo manco, agora eu vou te ensinar<br />A nova dança do estado do Pará<br />É o Calypso que chegou para ficar<br />Nesse swing você também vai estar (confirmar)<br /><br />Não há subjetividade, não há metáfora (a não ser que se queria muito que haja!): é um bloco de palavras que dizem aquilo que parecem dizer. Simples. E nesse e em muitos casos, vazio. <br /><br />Claro, num momento de descontração, talvez aquela música citada seja oportuna, realmente é para a descontração, e não para a reflexão, que ela existe. O problema é que sua existência tornou-se um imperativo mercadológico. A produção de músicas para a descontração, no estilo citado, é um dos motes da indústria cultural, a indústria que produz cultura de forma estandardizada de modo a lucrar o quanto mais possível no processo produtivo. Observe que, deste ponto de vista, a cultura não é algo construído na vivência de uma civilização, detalhada pelas suas transformações e permanências, mas sim cruelmente acelerada, catalisada na afobação produtiva de gerar e consumir logo. Essa cultura (se é que pode-se atribuir tal qualificação à essa coisa que sai da linha de produção) gera tais músicas (e outros elementos) em escala monumental, de forma (e deforma) a suprir todo o espaço possível de exposição. A televisão, o rádio, o cinema, a literatura (talvez esse ainda seja um baluarte de resistência, mas só talvez) e outros meios de divulgação cultural, facilitam o acesso dessa produção “estandardizada”, simplificada, aos seus suportes, porque uma vez que os nichos que vão absorver tais produtos já estão domesticados a eles, maior será a venda, e o lucro. Lógica pérfida essa: alguns ganham dinheiro domesticando o pensamento de outros. O que não exclui a possibilidade de mesmo os produtores estarem domesticados, afinal, são parte da sociedade. Mas dos que podem usar essa desculpa, tais produtores e intelectuais em geral são os últimos, afinal, são eles que dispõe do método, da técnica, eles que sabem os resultados, eles que manipulam a técnica em busca de tais resultados, eles que usam a psicologia de massas, eles que usam de propaganda constante, maciça, massiva para o convencimento. Nessa lógica, vence o que convence mais rápido. <br /><br />O pensamento simplista não se fecha unicamente na produção de entretenimento para a descontração, mas transforma inclusive as notícias em entretenimento para a descontração. É o caso dos inúmeros jornais (nesse caso, me refiro aos rádiotelevisivos) que, na sobreposição rápida e contínua de notícias, não abrem espaço para a reflexão. Tudo o que se passou no dia em meia hora. Além de determinarem o que é importante ser ressaltado no dia, também omitem aquilo que eles não consideram tão importante (ou pior: omitem aquilo que consideram sumamente importante, mas não para eles). Um fator que demonstra o caráter desrespeitoso que os radio e telejornais usam e manipulam as notícias é o fato de que as notícias passam por esse crivo de importância. Mas importância para quem? Para a emissora ou para os expectadores? Quem são os expectadores? Mas, quem é o público alvo? Quando se fala na queda da bovespa estamos falando para que grupo social? E quando falamos que um macaco escapou da jaula e deu um baile nos bombeiros antes de ser capturados, é de importância para que grupo? Que grupo vai ocupar parte do seu dia falando da bolsa e que grupo vai ocupar parte do seu dia falando do macaco? Porque o jornal não faz a menor questão de transformar a queda na bolsa em uma notícia importante para todos os grupos sociais? Do lado dos jornais impressos, apesar do discurso demonstrar quem e para quem se escreve a notícia, há uma vantagem para o leitor: tempo para questionar, analisar a notícia. Claro que a vastidão de notícias de um jornal diário não permite uma disposição de tempo muito vasta, ainda mais de quem trabalha o dia todo e não tem tempo para a leitura, mas ainda assim, há uma liberdade maior de elencar as notícias por sua importância (ainda que existam tantas outras menosprezadas ou omitidas).<br /><br />É dessa forma que o pensamento simplista carrega os resultados positivos para o capitalismo, para a manutenção do status quo. E um dos pontos mais importantes para a transformação dessa situação é no nevrálgico ponto da escola. <br /><br />Milhões de crianças entram e saem das escolas todos os dias. Questionadas sobre o que aprenderam, muitas poderão sintetizar o que foi dito na sala de aula pelos diversos professores. No entanto, se a pergunta clama associação com aulas anteriores, nota-se uma dificuldade em recordar a importância do que foi dito antes em comparação do que se sabe no agora (e que vai se esquecer ao valorizar o depois). Lembro de uma seqüência de observações que fiz numa escola municipal de Franca, onde, depois de quatro aulas de história da Revolução Russa, com ênfase no conceito de comunismo. Perguntei após tal odisséia para uma aluna o que ela entendia por comunismo, e ela foi incapaz de articular uma síntese do que tinha sido “dado” em aula. Foi “dado”, mas não foi “aceito”. Eu, por exemplo, não guardo papéis de bala, não significam nada para mim. Papel de bala é o conceito de comunismo na cabeça daquela aluna que, por não ver sentido daquilo em sua vida, simplesmente jogou fora. A errada não é ela, definitivamente. <br /><br />Bater na tecla da significação na educação é repetir o discurso geral dos intelectuais que pensam na educação. O difícil é fazer. Por isso, não vou me alongar em especificar o termo (tão melhor já foi feito por Paulo Freire!), nem vou ficar especulando (mais) o que pode vir a ser isso na prática. Fato é que as escolas repetem os conteúdos das mesmas formas. Uns culpam as diretrizes nacionais da educação, outros, no estado de São Paulo, a famigerada cartilha do Serra. Mas visito escolas alternativas que, apesar de não serem absolutamente gratuitas, mostram as possibilidades de converter os conteúdos em coisas realmente apreensíveis e entendíveis pelos alunos. Também já presenciei aulas na escola pública onde o professor consegue manter a atenção dos alunos simplesmente discutindo o tema com eles. Basta isso? Não sei, minha condição de professor está no berço, mas como me disse um grande professor uma vez, o Genaro, “se nossas condições vão dar certo ou não, não sabemos, mas uma coisa é certa: o jeito tradicional já falhou”. <br /><br />Do jeito que está, não dá. Ministrar os conteúdos sem interligá-los com a vida prática dos estudantes e com outras aulas e matérias é estagnar no pensamento que a memória é um arquivo onde incluímos documentos acabados, impassíveis. Imagino como deve ser complicado para o professor realizar tal empreendimento. Afinal, o capitalismo não achaca só os alunos, achaca também os professores, obrigados a dar dezenas e dezenas de aulas por semana, sem tempo para projetar suas aulas, sem tempo para tirar dúvidas dos alunos, estreitar relações com a comunidade, com a própria escola, tudo isso para tirar um salário incompatível com a importância da função que exerce (tal como dezenas de outras profissões...). Aliás, a importância da função do professor é maior para o Estado que paga ou para os indivíduos que estão nas salas de aula? A escolha entre se entregar de cabeça ou sobreviver é terrível, mas condiz com os interesses do capitalismo. Se não condissesse, não estaria ainda assim.<br /><br />Fazer os alunos pensarem complexamente. Tarefa titânica? Talvez... tarefa fácil é papagaiar os conteúdos na frente de uma sala que não está entendendo nada (e muito menos fazendo questão de entender) do que se diz. Não tem para onde: se o professor tem interesse na emancipação dos alunos, ele vai à exaustão – há outra maneira? Já se disse, educar é profissão de fé. Acreditar no potencial do aluno é por outro lado acreditar no próprio potencial. A estrutura escolar também não ajuda, mas, naqueles cinqüenta minutos onde se tem cinqüenta pares de olhos voltados para você perguntando “quem é você”, a única resposta que vai conduzir ao diálogo é outra pergunta: “e vocês, quem são?”. E aqueles cinqüenta minutos podem marcar a lembrança para sempre.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-84784541085474441822009-09-22T17:56:00.000-07:002009-09-22T17:57:29.032-07:00"Dos Abismos Existentes" - Gabriel NarkeviciusAo se debruçar sobre a questão educacional e suas co-relações, é possível perceber a existência de lacunas referentes, em grande parte, à relação discussão/atuação, ou teoria/prática. Muitas idéias são debatidas, práticas são idealizadas, reformuladas, reaproveitadas e relacionadas, mas pouco se faz para que estas mesmas idéias e práticas saiam do circulo de debates e tenham uma atuação real durante o processo de ensino e aprendizagem.<br />Nota-se atualmente, mas não de forma que salte aos olhos, um distanciamento não apenas da relação teoria/pratica, mas também da relação educação/realidade. É forte no ensino escolar, principalmente nas disciplinas de ciências humanas, o distanciamento entre o conteúdo ensinado e sua relação com a realidade social existente próxima aos estudantes ou mesmo com alguma realidade mais distanciada. Os conteúdos surgem como um simples acúmulo de conhecimento ao indivíduo, mas sem este mesmo ter uma formação crítica para utilizá-lo na realidade social a que pertence.<br />A formação deste grupo surgiu justamente na questão de compreender, através da aprendizagem e do ensino, a existência destas lacunas, bem como estabelecer formas de transformar a teoria em prática, levantando questões sobre o porquê do aprendizado e sua necessidade para o indivíduo e/ou coletivo. <br />As medidas tomadas pelas instituições educacionais, em sua maioria, atendem apenas superficialmente as debilidades do processo educativo, surgindo como formas paliativas de encobrir um problema cujas raízes se aprofundam cada vez mais, ou seja, “tampando o Sol com a peneira”<br />Longe de estabelecer formas e padrões de comportamento no processo educativo, a busca neste trabalho é justamente compreender as diferentes situações a que o professor e o estudante são submetidos, seja pelas condições sociais, seja um ao outro, na tentativa de demonstrar que uma aproximação entre teoria e prática é sim possível em suas variadas formas, assim como a aproximação entre o conteúdo e a realidade também pode se efetivar, lançando mão de ferramentas que possibilitem uma maior propagação da necessidade de se mesclar a teoria com a prática, às diversas esferas da sociedade.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-2355454364022368022009-09-22T17:50:00.000-07:002009-09-22T17:55:22.877-07:00"Educação & Democracia" - por Junior TazColoca-se geralmente que, sim, o Brasil vive um período democrático. Décadas e décadas de ditadura culminaram finalmente numa abertura política e a devolução do poder aos civis. O povo brasileiro já pode escolher livremente seus governantes, já pode ter acesso ao passado político de seus elegíveis, tem em mãos inúmeros meios de comunicação, que colocam rapidamente em suas mãos os planos de governo, as propostas, as possibilidades, e inclusive a chance de interferir nos projetos, através de votações virtuais, ou pela pressão popular. O povo já pode.<br /><br />Porém, há uma dificuldade em definir a potência desse poder. A título de exemplo, um dos muitos problemas que afetam a referida potência: as camadas mais pobres da sociedade brasileira têm uma educação pública de qualidade dubitável. Uma parte significativa ainda não completa o primeiro grau, considerado básico pelo próprio Estado brasileiro. Outra parcela não completa o segundo grau, e é realmente uma minoria, uma parcela ridiculamente pequena que ingressa no terceiro grau. Creio ser dispensável dizer que a maioria esmagadora dessas pessoas que têm de abandonar (ou sequer começar!) os estudos, o fazem para darem início a uma vida de trabalho, para ajudar a família, ou mesmo sustentá-la sozinhos.<br /><br />A escola, por mais defeitos que ainda carrega em sua estrutura arcaica, ainda é uma das pouquíssimas possibilidades da população pobre conhecer outras culturas e outras formas de pensar que não estritamente o de sua comunidade imediata. Tais possibilidades elevam a imaginação, e dão vazão ao desejo de conhecimento do ser humano. Quanto mais se conhece, mais vontade se tem de conhecer mais. E, se por um lado uma parcela gigantesca da população brasileira está afastada da escola por causa do trabalho, uma outra parcela está presa em tal estrutura arcaica, que não consegue abarcar a responsabilidade que a educação tem de colocar o indivíduo a par de si mesmo e dos outros. Com isso, temos aqueles poucos sujeitos, proporcionalmente falando, que terminam a escola e desejam continuar estudando.<br /><br />Em sua comunidade imediata, sim, os indivíduos tem a possibilidade de lidar com a política local e trabalhar a micro-sociedade onde vivem. Mas convenhamos que esses que participam e quiçá se emancipam na política local não são todos, sequer muitos em comparação com o montante que não participa. Pelo fato de a maioria da população não conhecer as outras esferas políticas de seu município, estado, país, não participam delas como deveriam, conhecendo suas possibilidades, e suas chances. Muito disso também se dá pela complexidade do sistema jurídico brasileiro e sua vastidão de pesos e medidas.<br /><br />Uma vez que os indivíduos estão subordinados à leis, ao Estado, à polícia, e todo o aparato político que comanda o país, era de se esperar que aqueles mesmos indivíduos participassem ativamente da manutenção da democracia de seu próprio país. Mas é evidente que isso não acontece. Apesar da Informação estar disponível, o acesso à ela é dificultado, desde a base cultural até a possibilidade econômica, passando pela qualidade educacional e o domínio das tecnologias, dentre outros fatores.<br /><br />Esses e muitos outros âmbitos estão interligados, é claro. Por isso julgo o problema como estrutural. Seriam necessárias mudanças na estrutura, mas mais necessária do que isso, um mínimo de vontade política dentre aqueles que estão no governo.<br /><br />Como, legítimos representantes do povo, moldados pelas suas dificuldades e sonhos, não conseguem agir dentro do quadro político? Porque temos sempre a impressão de que entrar para a política é pedir para ser corrompido? Porque, mesmo conhecendo o passado político corrupto de uma série de políticos, o povo os recoloca para mais uma série de falcatruas? Tais respostas, e muitas outras perguntas, estão envoltas em pelo menos uma coisa em comum: precariedade de uma cultura política popular.<br /><br />Tal cultura política não deveria vir só da escola, mas com certeza deveria ter nessa instituição um baluarte. Mas, a já citada precariedade da educação e do aparato daquela instituição deixam evidentes que, se a escola tem dificuldade de passar o famigerado conteúdo normal, quem dirá utilizar-se de temas transversais e de se colocar como estimuladora do senso crítico?<br /><br />É nesse sentido que caminham minhas pesquisas, meus estudos, e minhas práticas. Não imagino que vivamos numa democracia, no sentido mais intrínseco do termo. Definitivamente a grande maioria da população brasileira não se utiliza da democracia de forma responsável, nem para si, nem para a sociedade, e não porque simplesmente não quer se utilizar dela, mas porque não foi preparada para usá-la. O governo, a escola, as grandes cadeias de comunicação, a universidade e outras instituições não querem, não podem ou negligenciam (cada qual com suas medidas) o seu poder de ajudar a disseminar uma cultura política. Talvez porque uma cultura política efetivamente democrática clame por indivíduos críticos, emancipados. Péssima receita para a manutenção do status quo.<br /><br />A educação escolar é uma das mais importantes ferramentas no esforço de formar consciências críticas. Mas também há o envolvimento social do indivíduo, sua família, seus meios. A escola pode e deve se unir à realidade da comunidade, abarcando as famílias e os indivíduos, deve fazer parte do sistema que faz a consciência reconhecer-se enquanto consciência de si, e dos outros.<br /><br />É também na escola que os temas da vida prática do aluno devem ser colocados. E aquilo que parece não ter relação direta, sempre o tem, e é necessário investigar tal ligação, esse também é papel de todos aqueles que se chamam educadores. A significação tem de ir da explicação do troco da quitanda até a função do presidente que ele colocará no poder; tem de ir do funcionamento de uma bomba nuclear que matou milhares de pessoas até a dinâmica da doença que ameaça epidemia; tem de ir dos preconceitos de gênero até a responsabilidade individual e coletiva de uma guerra mundial.<br /><br />Enfim. A educação é movimento, é continuidade, é tentativa, construção. Em virtude do fato dos indivíduos alterarem o meio social onde vivem, e vice versa, a educação tem de se adaptar às mudanças, e aprender a trabalhar com elas. Não necessariamente deve simplesmente aceitar as mudanças, mas problematizá-las, mostrá-las desarmadas e possibilitar a reflexão sobre, por aqueles que efetivamente participam e criam as mudanças: os indivíduos.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-21907779992251545132009-09-22T17:48:00.000-07:002009-09-22T17:49:55.549-07:00"Pra Que Ser Professor?" - por André JanuárioMeu nome é André Alves Januario, tenho 23 anos e atualmente estou cursando o 3º ano de História da UNESP campus de Franca. <br /> Quando entrei nesta instituição não tinha a idéia do que iria fazer quando se passasse um bom tempo do curso, quando chegasse ao penúltimo ano. Uma coisa que eu tinha em minha mente era a de se tornar um pesquisador, ter uma linha de pesquisa, ganhar dinheiro e, no máximo, vir a dar aulas numa faculdade. <br /> Apesar de vir de uma família de professores (minha mãe é professora da rede Estadual de São Paulo e meu pai é professor de música, além de vários tios e primos que lecionam) não pensava em me tornar professor e nem imaginava quantos eram os problemas da educação, principalmente pública, brasileira.<br /> Entretanto sempre tive uma ânsia de querer mudar as coisas que eu não concordava, em querer ajudar em alguma coisa que fizesse sentido, talvez fazer algum trabalho voluntário ou coisa similar. Foi quando descobri a importância que o professor poderia desempenhar nesse processo.<br /> Devido a uma prática de ensino feita no 1º ano, onde o professor nos pediu para darmos uma aula, descobri quanto é importante e também prazeroso você entrar numa sala de aula e ter a atenção de meninos e meninas, e poder passar experiências e aprendizados para eles, podendo vir a mudar concepções e, também, fazê-los pensar acerca do que se passa na atualidade.<br /> A educação é algo que permite a todas as pessoas, com acesso e também com interesse, ter uma visão maior, abrir os horizontes do conhecimento e lutar contra as imposições sociais.<br /> Hoje estou fazendo um trabalho numa escola pública de Franca onde eu e meu amigo e colega, Gustavo Henrique Godoy Fagundes, desenvolvemos uma aula diferente, apresentando músicas para explicar o contexto histórico, e também desenvolvendo a crítica e a percepção de todos acerca da sociedade que os cerca.<br /> Percebi a importância do ensino e da aprendizagem para a formação de uma pessoa, para a mudança desse estado de ignorância e falta de interesse que o mundo parece nos empreender, para a melhora da pessoa como indivíduo crítico e também como agente desse processo.<br /> Os problemas educacionais são muitos e refletem os problemas sociais por que passam o Brasil e o Mundo. Professores (tenho o exemplo de dentro de casa de minha mãe que passa por problemas de saúde por causa do trabalho) não são valorizados pelo Estado e sempre saem acabados das aulas, por causa da falta de interesse dos alunos e também por não ter apoio algum. Porém isso tudo não tira a vontade de querer ensinar. <br /> Eu sempre estudei em escola particular, sempre fui um pouco alienado quanto às questões sociais do mundo, quanto à situação, sempre dancei conforme a música. Entrar para a faculdade e descobrir que através de uma ação minha posso mudar e fazer com que muita gente mude, é algo que me fez pensar sobre meu futuro e sobre as minhas concepções.<br /> Logicamente que muitas dessas coisas podem parecer utópicas, não irei mudar o mundo através de minha aula. Mas você olhar na cara de um aluno e perceber que aquilo tudo que você está falando, pelo menos, está fazendo-o pensar um pouco sobre a situação que ele está passando, é algo que proporciona uma vontade de querer estar na sala de aula.Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-69326212539192752712009-09-22T17:46:00.000-07:002009-09-22T17:48:23.783-07:00"Acerca do Adolescente" - por Fernando Galhardo<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGabriel%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGabriel%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGabriel%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> <w:word11kerningpairs/> <w:cachedcolbalance/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathpr> <m:mathfont val="Cambria Math"> <m:brkbin val="before"> <m:brkbinsub val="--"> <m:smallfrac val="off"> <m:dispdef/> <m:lmargin val="0"> <m:rmargin val="0"> <m:defjc val="centerGroup"> <m:wrapindent val="1440"> <m:intlim val="subSup"> <m:narylim val="undOvr"> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" defunhidewhenused="true" defsemihidden="true" defqformat="false" defpriority="99" latentstylecount="267"> <w:lsdexception locked="false" priority="0" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Normal"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="heading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="35" qformat="true" name="caption"> <w:lsdexception locked="false" priority="10" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" name="Default Paragraph Font"> <w:lsdexception locked="false" priority="11" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtitle"> <w:lsdexception locked="false" priority="22" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Strong"> <w:lsdexception locked="false" priority="20" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="59" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Table Grid"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Placeholder Text"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="No Spacing"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Revision"> <w:lsdexception locked="false" priority="34" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="List Paragraph"> <w:lsdexception locked="false" priority="29" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="30" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="19" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="21" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="31" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="32" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="33" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Book Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="37" name="Bibliography"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" qformat="true" name="TOC Heading"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:1; mso-generic-font-family:roman; mso-font-format:other; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:0 0 0 0 0 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:EN-US; mso-fareast-language:EN-US;} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:10.0pt; mso-ansi-font-size:10.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>As obras de Jean Piaget têm como objetivo abrir caminho para um maior entendimento do humano, através de estudos psicológicos mais específicos sobre as crianças, facilitando assim a ampliação e aperfeiçoamento de métodos de natureza pedagógica. </span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Seus estudos à respeito da psicologia infantil são marcados pela influência do campo da Genética, tendo uma preocupação maior com o desenvolvimento da inteligência e o desenvolvimento da afetividade, além da forma que os mesmos interagem sobre a criança.</span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Meu interesse sobre sua obra recai no capítulo referente a adolescência, o qual Piaget expõe claramente suas idéias, não tomando como marco desse estágio do Homem a maturação do instinto sexual como fator mais relevante.</span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>É interessante notar que para Piaget, apesar do adolescente ser tomado de vários desequilíbrios momentâneos, o que será chamado de “colorido afetivo”, ele tende ao equilíbrio como parte de seu desenvolvimento. Os desequilíbrios momentâneos para os adolescentes, são devidos a expansão das suas capacidades afetivas que só serão controlados a partir do desenvolvimento de seus pensamentos, da sua inteligência.</span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Como exposto anteriormente, a teoria de Piaget se baseia em duas características: o desenvolvimento da inteligência (que para os adolescentes se relaciona ao domínio do pensamento hipotético-dedutivo), e o desenvolvimento de sua parte afetiva (que se relaciona ao “Eu” e a “Personalidade”, sendo para Piaget bem distintas, apesar de se relecionarem).</span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>O domínio do pensamento hipotético-dedutivo, que segundo Piaget, desenvolve-se na criança por parte dos 11-12 anos de idade se relaciona ao fato da criança passar a construir pensamentos sobre hipóteses, sobre o abstrato e não mais apenas ao concreto, ao real. É passível de observação que os adolescentes se interessam muito mais pelo irreal, eles passam a construir mundos próprios e se colocam como mestres dos mesmos, escapando da realidade.</span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>O Pensamento Hipotético-Dedutivo se relaciona à construção do abstrato sobre o abstrato e não do abstrato sobre o concreto, que será chamado de Pensamento Concreto. Segundo Jean Piaget: <i style="">Quando o pensamento da criança se afasta do real, é simplesmente porque ela substitui os objetos ausentes pela representação mais ou menos viva, esta se acompanhando de crença e equivalendo ao real</i>. </span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>E mais, o próprio Piaget difere o Pensamento Concreto, ligado ao real, do Pensamento Formal/Hipotético-Dedutivo: <i style="">O pensamento concreto é a representação de uma ação possível e o formal é a representação de uma representação de ações possíveis</i>.</span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Para Piaget só o domínio do campo do pensamento formal/hipotético-dedutivo permite ao adolescente a possibilidade de formular teorias e sistemas, isso possibilita ao mesmo criar mundos próprios, irreais, e pensar à respeito de reformas, modificações sobre os reais. Esta é uma das grandes novidades da adolescência com relação a infância, a capacidade da “Reflexão Livre” permitida através do desenvolvimento do pensamento formal.</span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Outro fruto dessa “Reflexão Livre” é o egocentrismo do adolescente, de acordo com Piaget a onipotência produzida por essa nova forma de pensamento altera a percepção do jovem ao redor de si. Assim, vê-se justificável os desequilibríos momentâneos já que ele não detém controle total sobre essa nova capacidade.</span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Para Jean Piaget o controle, o domínio sobre essa nova capacidade só ocorre à medidada que: <i style="">O equilíbrio é atingido quando a reflexão compreendeque sua função não é contradizer, mas se adiantar e interpretar a experiência. Este equilíbrio, então, ultrapassa amplamente a do pensamento concreto, pois além do mundo real, engloba as construções indefinidas da dedução racional e da vida interior</i>.</span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Agora, o desenvolvimento da afetividade se dá através da formação de uma personalidade própria e da inserção do adolescente na sociedade adulta. Para isso Piaget analisa separadamente o “Eu”, que segundo ele se trata do “centro de atividade própria”, sendo caracaterizado por marcas como o egocentrismo, o inconsciente ou o consciente, da “Personalidade” que é caracaterizada pela <i style="">autosubmissão do eu a uma disciplina qualquer</i>. </span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Por “Personalidade” entende-se o fator que permite ao adolescente agir de modo cooperado (em oposição ao “eu” que o restringe), a “Personalidade” insere o adolescente no meio social, ela autosubmete o “eu” do adolescente a um conjunto de regras qualquer, a uma causa qualquer, nesse sentido é possível dizer que há personalidade quando existe um <i style="">Lebensplan</i>, um plano de vida, uma causa pela qual acreditar. É por isso que a adolescência é um período de discussão segundo Piaget, é um estágio que permite aos homens exporem suas idéias e discuti-las a respeito do mundo em que vivem, e de outros. </span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Entretanto, ao mesmo tempo que a “Personalidade” sociabiliza o adolescente, colocando-o frente a fatores sociais o “Eu” a restringe, pois a “Personalidade” encontra-se em formação. A criança segundo Piaget se sente inferior ao adulto, vendo-o como mestre. Já o adolescente graças a nova capacidade de pensamento, detendo a “Reflexão Livre” acaba por se colocar no mesmo patamar do adulto, porém a falta de controle sobre essa nova forma de pensar o agita, fazendo-o sentir como inovador, reformador, renovador.<span style=""> </span>Daí o egocentrismo da adolescência. </span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><span style=""> </span>Para Piaget a criança se insere pouco a pouco na sociedade adulta à medida que percebe as inperfeições dos mesmos transferindo o perfeito para o sobrenatural, no caso dos adolescentes os mesmos se inserem na sociedade adulta quando elaboram e desenvolvem suas teorias e sistemas no que concerne a mudanças políticas e sociais. Segundo Piaget: <i style="">A verdadeira adaptação à sociedade vai-se fazer automaticamente, quando o adolescente de reformador transformar-se em realizador.</i></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;">Para Entender Melhor!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><i style=""><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;">Seis Estudos de Psicologia,</span></i><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;"> <b style="">JEAN PIAGET.</b> Ed: Forense-Universitária, Rio de janeiro. </span><i style=""><span lang="EN-US"><span style=""> </span><o:p></o:p></span></i></p> Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-435193542064196792.post-49688478644150627292009-09-22T17:36:00.000-07:002009-09-22T17:45:48.352-07:00"Reflexão sobre a aula tradicional" - Gustavo Fagundes<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGabriel%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGabriel%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGabriel%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> <w:word11kerningpairs/> <w:cachedcolbalance/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathpr> <m:mathfont val="Cambria Math"> <m:brkbin val="before"> <m:brkbinsub val="--"> <m:smallfrac val="off"> <m:dispdef/> <m:lmargin val="0"> <m:rmargin val="0"> <m:defjc val="centerGroup"> <m:wrapindent val="1440"> <m:intlim val="subSup"> <m:narylim val="undOvr"> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" defunhidewhenused="true" defsemihidden="true" defqformat="false" defpriority="99" latentstylecount="267"> <w:lsdexception locked="false" priority="0" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Normal"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="heading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="35" qformat="true" name="caption"> <w:lsdexception locked="false" priority="10" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" name="Default Paragraph Font"> <w:lsdexception locked="false" priority="11" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtitle"> <w:lsdexception locked="false" priority="22" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Strong"> <w:lsdexception locked="false" priority="20" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="59" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Table Grid"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Placeholder Text"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="No Spacing"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Revision"> <w:lsdexception locked="false" priority="34" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="List Paragraph"> <w:lsdexception locked="false" priority="29" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="30" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="19" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="21" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="31" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="32" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="33" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Book Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="37" name="Bibliography"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" qformat="true" name="TOC Heading"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:1; mso-generic-font-family:roman; mso-font-format:other; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:0 0 0 0 0 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:EN-US; mso-fareast-language:EN-US;} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:10.0pt; mso-ansi-font-size:10.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal"><meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGabriel%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGabriel%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGabriel%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> <w:word11kerningpairs/> <w:cachedcolbalance/> </w:Compatibility> <m:mathpr> <m:mathfont val="Cambria Math"> <m:brkbin val="before"> <m:brkbinsub val="--"> <m:smallfrac val="off"> <m:dispdef/> <m:lmargin val="0"> <m:rmargin val="0"> <m:defjc val="centerGroup"> <m:wrapindent val="1440"> <m:intlim val="subSup"> <m:narylim val="undOvr"> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" defunhidewhenused="true" defsemihidden="true" defqformat="false" defpriority="99" latentstylecount="267"> <w:lsdexception locked="false" priority="0" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Normal"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="heading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="35" qformat="true" name="caption"> <w:lsdexception locked="false" priority="10" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" name="Default Paragraph Font"> <w:lsdexception locked="false" priority="11" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtitle"> <w:lsdexception locked="false" priority="22" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Strong"> <w:lsdexception locked="false" priority="20" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="59" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Table Grid"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Placeholder Text"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="No Spacing"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Revision"> <w:lsdexception locked="false" priority="34" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="List Paragraph"> <w:lsdexception locked="false" priority="29" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="30" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="19" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="21" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="31" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="32" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="33" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Book Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="37" name="Bibliography"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" qformat="true" name="TOC Heading"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:1; mso-generic-font-family:roman; mso-font-format:other; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:0 0 0 0 0 0;} @font-face {font-family:Calibri; panose-1:2 15 5 2 2 2 4 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1073750139 0 0 159 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; text-align:justify; line-height:150%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:Calibri; mso-fareast-theme-font:minor-latin; mso-fareast-language:EN-US;} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:12.0pt; mso-ansi-font-size:12.0pt; mso-bidi-font-size:12.0pt; mso-fareast-font-family:Calibri; mso-fareast-theme-font:minor-latin; mso-fareast-language:EN-US;} .MsoPapDefault {mso-style-type:export-only; text-align:justify; line-height:150%;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; text-align:justify; line-height:150%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} </style> <![endif]--> </p><p style="font-family: times new roman; text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">- Reflexão sobre a aula tradicional</span></p><div> </div><p style="font-family: times new roman; text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Meu nome é Gustavo Fagundes, juntamente com o André Januário, desenvolvo um projeto denominado “Música: Uma ferramenta para o estudo da História”. Através desse projeto lecionamos algumas vezes na rede pública de Franca. Entretanto, algumas coisas vêm me surpreendendo, como a aceitação das salas selecionadas para o projeto. Estas foram escolhidas devido ao perfil diferenciado que apresentavam, uma era considerada uma ótima sala, e a outra era uma sala com certa dificuldade.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="font-family: times new roman; text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Ao iniciarmos o projeto fomos surpreendidos, pois foi nossa primeira experiência em sala de aula, e começamos já pela sala denominada difícil pela professora parceira do projeto, ao chegarmos na sala percebemos que era uma sala bastante ativa, com muita conversa, mas que ao ser direcionada participou bastante e nos auxiliou na</span><span style=";font-size:100%;" > </span><span style="font-size:100%;">construção da aula. Foi extremamente participativa, discutiu, colocou discussões, questionaram todo o tema da aula, que no caso era Populismo, ficamos muito satisfeito com essa aula, pois vimos que o projeto possuía eficácia, pois conseguíamos tirar a aula daquela mesmice e inovar, tentando atrair a atenção dos alunos. Após essa experiência, achamos que seria ainda melhor na sala considerada ótima, mas ao chegarmos lá tivemos uma experiência um pouco estranha,pois os alunos não respondiam aos estímulos, aos questionamentos que colocávamos, ficaram todos quietos, copiando o que passávamos na lousa e algumas coisas que dizíamos. Em suma, apesar da tentativa de utilizar a música para modificar a estrutura da aula, não conseguimos trazer a sala para participar. Foi desse fato que comecei a pensar, seria um problema dos professores a manutenção da aula tradicional? Seria um problema dos alunos?</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="font-family: times new roman; text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;">Em suma, comecei a discutir com alguns amigos, que também se interessam por essa área de educação, eu questionava será que os alunos, em geral, realmente estão preparados para receber uma aula fora do modelo tradicional, aquele em que o professor fala, o aluno anota e o conhecimento é uma mera reprodução? Após essa conversa, cheguei a várias conclusões, nenhuma completamente satisfatória. Comecei a pensar, a sala que a professora disse que teríamos mais problemas, foi a que melhor respondeu, era algo que devíamos esperar, pois eram considerados alunos difíceis exatamente por serem questionadores, por desafiarem a hierarquia da escola, eles tinha uma necessidade de libertar-se do tradicional, algo normal para adolescentes. Mas, ao pensar nisso, comecei a questionar, porque a outra sala, que possuía alunos da mesma idade, tinha dado uma resposta tão diferente, eu sei que nenhuma classe é igual a outra, mas porque um comportamento tão diferente, sendo que estão na mesma fase da vida, a adolescência. Eles não conversavam nem entre eles, nem conosco, simplesmente anotavam as informações passivamente. Com isso um novo questionamento surgiu, porque aquela sala respondia tão passivamente a todos os estímulos, e ao pensar sobre isso cheguei a conclusão que era exatamente por esse comportamento que eram considerados uma boa sala, pois o professor não tinha problema nenhum em transmitir o conhecimento, pois não havia questionamento, não havia sequer discussão sobre o aprendizado. Mas seria isso uma característica boa? Não, pois isso somente reflete aquela idéia de escola cerceadora de liberdades, aquela que transforma a criança em um indivíduo funcional, simplesmente a transforma em um trabalhador padrão, sem capacidade de reflexão sobre os próprios atos. Aquele perfil da sala mostrava garotos e garotas que constantemente foram cerceados, não eram estimulados a autonomia, pois a escola não quer formar pessoas autônomas, ela quer formar cidadãos funcionais, somente isso.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="font-family: times new roman; text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style=";font-size:100%;" > </span><span style="font-size:100%;">Mas porque não conseguimos mudar isso, será que o professor não pode fazer essa mudança ou será que ele é impedido pela própria estrutura da escola? Sem dúvida que a estrutura da escola está ultrapassada, é necessário uma mudança, para que esse engessamento do professor e, consequentemente, dos alunos acabe e assim possibilitar a formação de cidadãos, que questionem, que discutam e que buscam melhorar tudo, tanto em sim próprio como no mundo que os envolve.</span></p>
<br /><i style=""><span lang="EN-US"><span style=""> </span><o:p></o:p></span></i><p></p> Equipe NACEhttp://www.blogger.com/profile/05875340513802699245noreply@blogger.com0